A cor da esperança


Nunca como agora se discutiu tanto a questão racial nos Estados Unidos. A candidatura de Barak Obama está na génese do relançamento de um tema que continua a ser tabú, dando, por outro lado, um impulso muito positivo ao aprofundar das relações inter-raciais. Não se trata de uma simples candidatura, mas de um sinal de esperança a toda uma comunidade ou quiçá a outras comunidades ostracizadas e discriminadas, mostrando que é possível torná-la mais visível e tomando nas suas mãos o destino de uma nação.
Importa colocar a questão (em jeito de Carmen Miranda): "O que é que Obama tem?". E, de facto, há toda uma aura de carisma em torno de Obama que lhe granjeia toda a corrente de apoio, admiração e quase veneração, a par das suas qualidades intelectuais. Obama é herdeiro e porta-voz da comunidade negra que sofreu imensamente ao longo da história dos EUA e que, pela primeira vez, vislumbra a possibilidade de um dos seus poder ascender a presidente, o que constitui um feito notável!
Parece muito redutor reduzir as eleições presidenciais norte-americanas à questão da pigmentação da pele. Não nos podemos esquecer ainda que do outro lado (ainda que ideologicamente do mesmo lado da barricada), temos uma mulher a correr à presidência, o que levanta a questão do género e da importância da do determinante papel da mulher. No entanto, e não querendo entrar numa perigosa lógica de endeusamento de um político (como sucedeu, por exemplo, com a esperança tremenda que se colocou em Lula da Silva), acredito que a candidatura de Barak Obama se faz da cor da esperança!E espero mesmo que ele seja o próximo presidente dos EUA!

Comentários

Dalaiama disse…
Olá! Ainda não tive oportunidade para agradecer o seu comentário no meu blog. Eu já voltei cá outras vezes para ler com mais calma outros posts seus e o seu blog é bem interessante. Certamente não disponho da sua cultura literária, mas gosto bastante de ler e, mesmo dizendo-o com a modéstia necessária, não me sinto pouco íntimo das palavras. De modo que sei apreciar textos bem escritos como os seus. Obrigado. Tenciono ir voltando. Felicidades! Até.
Jaymz disse…
Em primeiro lugar, subscrevo por completo o que defende.
No entanto, lamento que ainda se fale tanto da cor da pele, e que esta se torne no centro dos debates e das atenções, assim, o que esta esta situação parece demonstrar é que o racismo, ainda não é um assunto totalmente resolvido e ultrapassado, como alguns querem fazer crer. Esperemos, que esta eleição seja o catalisador para o virar de página deste preconceito abjecto.
Acima de tudo, espero que Obama vença, pois acho que será uma lufada de ar fresco para a política mundial, que (re)coloque os EUA no lugar que lhe é devido, e que consiga recuperar o prestígio e o respeito que ao longo dos últimos anos tem perdido por todo o Mundo.
Jaymz disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Dalaiama disse…
Faltou-me acrescentar que gostaria de acreditar numa transformação de postura por parte dos EUA a partir da eleição de Barak Obama. No entanto, estou convencido de que as ambições imperiais dos norte-americanos atravessaram todo o século XX e não vão terminar agora. Se Obama vier a ser bom presidente, sê-lo-á principalmente para os próprios americanos. Por mais simpático que seja o lobo, num planeta de ovelhas haverá sempre sangue a escorrer-lhe dos dentes.
Dalaiama disse…
Relativamente ao comentário anterior, da autoria de um tal de «grogal», permita que lhe recomende apagá-lo. Já me apareceram comentários semelhantes e quando cliquei nos links indicados o meu computador endoideceu. É um tipo de Spam.
Aprendi a evitá-lo escolhendo 'YES' em «settings/comments/Show word verification for comments»; deste modo as máquinas ficam impedidas de deixar comentários nocivos como este.
Ana M Abrantes disse…
Viva, Ana!
Deste lado do Atlêntico, o discurso é semelhante e a esperança é a mesma. Mas o que realmente move os americanos (democratas) é uma palavra muito bem escolhida pela campanha: change. É radical a escolha que se lhes apresenta: um negro ou uma mulher. A mudar, muda-se mesmo! As alternativas são tão opostas ao que hoje é a presidência que depressa reuniram simpatias e entusiasmos. Mas estes apoios são mutuamente incompatíveis e isso está a causar uma cisão ao partido que pode muito bem pôr em causa o que se pensava ser uma vitória certa. McCain jé anda em pré-campanha e os democratas por este andar só se decidem na convenção de Agosto. Faz-se tarde. Nessa altura, quem vão ser os apoiantes de Clinton que mudam para Obama (que agora atacam)? Ou vice-versa? E quem quer ser vice de Clinton? Acho que Obama não. A mudança por que tantos ansiavam foi inédita e radical. Mas teria sido melhor que não viesse em 2 em 1. Unir é mais difícil do que quebrar. No final, a ousadia pode ainda vir a ser a condenação da promessa.
Beijinhos!
Também quero Obama presidente!
Além de ser inusitado ter um negro na presidência estadunidense, ele parece ser um bom político, um sujeito correto e de boas intenções.

Chega de dinastias na política... depois dos Bush, os Clinton? Melhor dar vez para um sobrenome inédito!

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