Lost in translation
Há dias, numa aula de Teoria da Tradução, discutia-se a eterna questão da (in)fidelidade perante o texto original, sendo que a fidelidade absoluta é uma impossibilidade em Tradução. São possíveis aproximações, adaptações, fruto da visão interpretativa do sujeito tradutor que se deverá preocupar mais com o sentido, com o conteúdo e com a sua "tradutibilidade" do que com a forma. Tal como dizia Ezra Pound: "More sense, less syntax".
Às páginas tantas (adoro esta expressão!), uma colega do ramo de Literaturas Clássicas faz uma afirmação apocalíptica: segundo falantes nativos da língua russa, Dostoievski foi totalmente adulterado para as línguas românicas através das traduções "floreadas" do Francês que construíram um outro Dostoievski, que era, na verdade, um autor "obscuro"! Fiquei chocada com esta afirmação que nos leva a questionar " o que se perde na tradução" ou até o que se cria e o que se (re)inventa.
Não cheguei ainda a uma conclusão satisfatória, mas Dostoievski foi e continuará a ser um marco inultrapassável das Letras ocidentais, a um tempo um verdadeiro mestre da análise dos meandros mais profundos e tenebrosos da mente humana, e a outro tempo um escritor com fortes preocupações sociais que retrata o ser humano em toda a sua dimensão.
A imparável dupla de tradução Nina e Filipe Guerra têm vertido as obras de Dostoievski do original russo para português. Acabaram-se, assim, os "floreados" franceses, pelo que temos agora o nosso próprio Dostoievski! Na língua de Camões, comme il faut!
Às páginas tantas (adoro esta expressão!), uma colega do ramo de Literaturas Clássicas faz uma afirmação apocalíptica: segundo falantes nativos da língua russa, Dostoievski foi totalmente adulterado para as línguas românicas através das traduções "floreadas" do Francês que construíram um outro Dostoievski, que era, na verdade, um autor "obscuro"! Fiquei chocada com esta afirmação que nos leva a questionar " o que se perde na tradução" ou até o que se cria e o que se (re)inventa.
Não cheguei ainda a uma conclusão satisfatória, mas Dostoievski foi e continuará a ser um marco inultrapassável das Letras ocidentais, a um tempo um verdadeiro mestre da análise dos meandros mais profundos e tenebrosos da mente humana, e a outro tempo um escritor com fortes preocupações sociais que retrata o ser humano em toda a sua dimensão.
A imparável dupla de tradução Nina e Filipe Guerra têm vertido as obras de Dostoievski do original russo para português. Acabaram-se, assim, os "floreados" franceses, pelo que temos agora o nosso próprio Dostoievski! Na língua de Camões, comme il faut!
Comentários
Quanto a mim, limito-me a desejar boa-sorte para ti e para o teu blog! Beijinhos, Ruben'