Post vitam

Creio que o fluir do Tempo torna cada vez mais presente a noção da finitude. Na adolescência, estamos mais centrados em questões do foro afectivo, numa eterna bipolaridade entre aceitação/rejeição. A morte nem sequer é tema ou preocupação. Porém, os anos vão passando e, pelo caminho, vão-se perdendo as pessoas que integram o nosso universo: deixam de conversar e de rir connosco, tornam-se etéreas, estranhos habitantes de uma dimensão misteriosa e longínqua.
Mas como seria uma vida sem morte? Provavelmente, muito mais insustentável do que uma vida iluminada pela certeza de um desenlace. Os corpos iam-se degradando e, com eles, as relações humanas. Tornar-nos-íamos insuportáveis, carregando o insustentável peso do ser. A imortalidade seria um lugar estranho, inabitável, em que já existiriam quaisquer regras de cortesia e de diplomacia. A verdade subia irremediavelmente à tona e o ser humano teria como destino inevitável uma solidão eterna...
Comentários
Como alguém diria: Há pessoas que morrem sem terem vivido e outras que vivem sem pensar que um dia morrerão.
Um beijinho