Há 5 anos...

Já passaram 5 anos desde a tragédia aterradora que marcou irreversivelmente o início do séc. XXI. A partir desse dia terrífico, a ameaça terrorista disseminou-se e a sensação de insegurança generalizou-se à escala global. Como se não houvesse um único ponto no planeta em que se pudesse estar a salvo e imune a esse espectro mortal.
Por acaso, ontem vi um filme de Andrew Niccol (um realizador que desconhecia) intitulado "O Senhor da Guerra" com Nicolas Cage no papel principal, acompanhado de um Ethan Hawke à altura. O filme traça o percurso de um traficante de armas que, munido da sua principal arma, a desarmante ironia, contruiu um verdadeiro império baseado na morte indiscriminada e no cultivo da guerra. Há pormenores muito interessantes, senão mesmo artísticos, ao nível da fotografia. O argumento é de uma densidade tremenda, com excelentes diálogos.
(Desde "Leaving Las Vegas" que retrata o romance improvável de um alcoólico inveterado com uma prostituta, brilhantemente interpretada por Elisabeth Shue, que não assitia a uma representação tão soberba de Nicolas Cage!)
Há, de facto, uma indústria de armamento que sobrevive à custa dos conflitos bélicos que se repetem pelo planeta e que os alimenta despudoradamente. É em África que o triste cenário belicista assume contornos mais brutais e impressionantes.
Tal como no 11 de Setembro, o dia em que os EUA foram atacados no seu próprio solo, são sempre as vítimas inocentes que perecem à mercê de fanatismos religiosos, de "lutas de civilizações" insanas e de extremismos cegos.
Quando é que o Homem irá acordar deste pesadelo e ter a real noção de que a arma está apontada à sua própria cabeça?
Outra coincidência assinalável: Nicolas Cage é o protagonista do novo filme de Oliver Stone, "World Trade Center".
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