Need to focus


Devia estar a fazer um trabalho de tradução, a acelerá-lo freneticamente para poder chegar à meta (e subir ao pódio, naturalmente!) e respirar de alívio, com aquela sensação de dever cumprido, mas também de horror do vazio. Por vezes, adiamos o inadiável por medo que um deserto insuportável se abra perante nós com a crueza de um único cenário possível.
Estou a dramatizar, certamente. Mas às segundas, tudo é possível, creio. Porque é que a vida não é uma eterna sexta-feira de entusiasmo estonteante e infantilóide? No sábado, já começa a curva decrescente e no domingo, entra-se em depressão profunda...
Espreito para dentro de mim e vou deambulando, errante, pelos compartimentos labirínticos do meu ser. Há dias em que encontro todas as respostas que já sei de antemão, outros dias fico perplexa com as perguntas a que não sei, nem quero dar resposta. Aprisionada nos meus próprios paradoxos que insisto em cultivar. O que seria a existência sem antagonismos? Um horizonte de tédio e banalidade.
Por entre o nevoeiro da indefinição, há verdades que se avistam.

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