Home sweet home

E continuo a perseguir essa crença que só cai por terra quando passo pela casa que testemunhou o meu crescimento e me abrigou quantas e quantas vezes nos momentos mais conturbados, erguendo-se como um porto seguro, imune a qualquer intempérie. Ao vislumbrá-la, abandonada e solitária, definhando a cada instante, numa lenta agonia, sinto-me impotente. Tento estender-lhe a mão, mas ela já perdeu as forças por completo. Ainda lhe digo adeus. Em vão.
Mas como acredito no virar de página, sei que haverá sempre outra casa e outro cenário que nos vai habitando e que, lentamente, vai fechando as portas entreabertas e acolhendo-nos no seu seio, num acto de comovente doçura.
Ainda que uma parte de mim continue a correr desenfreadamente pelos jardins e a subir as escadas num frenesim de impaciência, como o fazia no tempo em que acreditamos que tudo é eterno...
Comentários
Um abraco d'Algodres.