The imitation game (2014)


Em plena II Grande Guerra, um matemático britânico, Alan Turing, propõe criar uma máquina pioneira, com o objectivo de descodificar o, aparentemente inquebrantável, código nazi Enigma. Esta máquina, concebida pelo génio de Turing, foi, na verdade, o primeiro computador da História que salvou a vida a 14 milhões de pessoas.

Como todos os génios, Turing era absolutamente disfuncional no plano das relações interpessoais, na expressão de afectos e de uma certa "normalidade" quotidiana. Benedict Cumberbatch demonstra, assim, todo o seu génio interpretativo, ao dar voz e corpo a este matemático notável que só, postumamente, em 2013, seria reconhecido pelo serviço prestado ao Reino Unido, na derrota do pesadelo nazi.

Para além da disfuncionalidade do génio, Alan Turing era homossexual, o que lhe valeu uma imediata perseguição, tendo como dura consequência a castração química, pois era essa, à época, a "cura" institucionalizada para a homossexualidade. Perpassa pelo filme o profundo sofrimento que é inerente à diferença, seja no domínio da inteligência, seja no plano da sexualidade. Uma figura como Allan Turing que pôs a sua genialidade matemática ao serviço da Humanidade, descodificando o que parecia inviolável, foi, ironicamente, maltratada pelos seus. Apenas por ser diferente. Tão somente.

Um excelente mote para reflexão. Um filme enorme. Benedict Cumberbatch de cortar a respiração, acompanhado por uma encantadora Keira Knightley à altura.

"Sometimes it is the people who no one imagines anything of who do the things that no one can imagine."

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