Açoreando



Já muito se escreveu sobre os Açores, pura poesia em forma de arquipélago, que todas as palavras parecem vãs.
Há uma espécie de feitiço que nos toma, mal inspiramos aquele ar quente e doce, ao mesmo tempo, que nos embala e nos prepara para todas as descobertas vindouras.
Há algo que nos faz querer voltar. Ou até mesmo ficar. Para sempre. Os mistérios insondáveis da insularidade, daquelas paisagens primordiais que fazem com que qualquer palavra pareça tão superficial, das suas gentes educadíssimas, tão nobres no trato, tão acolhedoras na sua humanidade, ainda imperturbável pela vertigem do mundo quotidiano que nos subtrai enquanto seres humanos. Até ter o privilégio de ver os Açores, desconhecia tantas tonalidades de verde, numa verdadeira sinfonia de matizes improváveis.
Muito se pode dizer sobre os Açores. Sei que este feitiço é eterno e que os Açores se sentem com o coração aberto e que vai sendo, paulatinamente, povoado por montes verdejantes a perder de vista, vaquinhas sorridente e lânguidas que não se deixam atemorizar pelo tiquetaque do relógio, iguarias de fazer crescer oceanos na boca e lagoas imensas onde o Tempo se detém. Sem sobressalto.
Nos Açores, senti-me grata pela benção da vida. Por poder contemplar essa beleza esmagadora que nos envolve e jamais nos abandona.
Parte-se com vontade de regressar.
E ficamos sempre a olhar para trás.

























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