Lua de fel

É já um lugar-comum definir o Brasil como um país de abissais contrastes, pêndulo que oscila freneticamente entre riqueza e miséria, opulência e carência. Por melhores e mais nobres que sejam as intenções dos governos sucessivos do Brasil, a verdade é que vários factores concorrem para a profunda ingovernabilidade deste país: a dimensão continental, o historial de corrupção das classes governantes, a inexistência de uma classe média e, o mais importante, poderio tremendo do tráfico de droga.
São disso exemplo os recentes motins nas prisões de São Paulo que, no total, fizeram 300 mortos intra e extra-muros, além de uma onda de tumulto, agitação social e destruição material.
O rosto do PCC - Primeiro Comando da Capital - chama-se Marcola. (Estes nomes são sempre "cómicos", como se fossem um eufemismo que ameniza a crua e dura realidade. Veja-se outro nome deste género: Fernandinho Beira-Mar.)
Além de ser o líder discreto e o cérebro deste grupo, Marcola é um intelectual que devora livros com sofreguidão. Afirma, com orgulho, já ter lido 3.000 livros!
Diz-se que na milenar Arte da Guerra de Shun Tzu bebeu a inspiração para mexer as peças de um perigoso xadrez e ... fazer xeque-mate. As autoridades brasileiras acabaram por ceder às suas exigências: desde a mudança de cor do uniforme dos presidiários (de amarelo para caqui) até à colocação de ecrãs plasma nas suas celas. Afinal de contas, vem aí o Mundial!
Há sempre um vulcão adormecido prestes a despertar, no Brasil...
"A Guerra é um assunto de vital importância para o Estado, uma vez que é necessário manter a paz. Por isso, compete estudá-la". Shun Tzu, em A Arte da Guerra
Comentários
Um abraco beirao.
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francisco