Last saturday



Eu era ainda "menina e moça" (como diria Bernardim) quando ouvia aquele que constitui já um clássico de canções de Natal - o "Last Christmas" - e desde então sempre me senti feliz ao ouvir essas músicas, sem qualquer razão aparente, apenas pela música em si, mesmo tratando-se de canções que abordavam a ruptura e a angústia da perda (era ainda demasiado nova para perceber os caminhos sinuosos do jogo dos afectos), esboçava um sorriso inesperado. E foi sempre assim, por mais inacreditável que seja e também desconcertante, pois não percebo como posso conciliar o amor à bossa nova, a Tom Jobim, a João Gilberto ou aos grandes ícones da MPB, como Chico ou Caetano, ao jazz, ao soul e ao mesmo tempo partilhar esse espaço com a música de George Michael, cujas letras e arranjos musicais radicam num certo (estarei a ser benevolente?) simplismo.
Há contradições não resolvidas dentro de todos nós que serão sempre uma verdadeira incógnita, um puzzle sem solução aparente. Quando vi os concertos de Caetano ou o de Chico, no ano passado, senti-me invadida por uma torrente de poesia que varre por completo a alma e a desnuda irremediavelmente, como se tivéssemos a absoluta convicção de aquele poema específico retrata a nossa vida.
No concerto de George Michael fui transportada para os tempos da infância e à memória vinham todas as imagens a ela associada, com uma nitidez desarmante e durante essas 3 horas, em que dancei, pulei e cantei a plenos pulmões, senti-me simplesmente feliz, sem ter de dissertar sobre os porquês ou sobre a legitimidade desse estado de espírito reconfortante. Como se não houvesse amanhã e, naquele momento, queria que aquela felicidade se estendesse para sempre. Por mais contraditório que pareça...ao som da voz inquebrantável e poderosíssima de George Michael!
No concerto de George Michael fui transportada para os tempos da infância e à memória vinham todas as imagens a ela associada, com uma nitidez desarmante e durante essas 3 horas, em que dancei, pulei e cantei a plenos pulmões, senti-me simplesmente feliz, sem ter de dissertar sobre os porquês ou sobre a legitimidade desse estado de espírito reconfortante. Como se não houvesse amanhã e, naquele momento, queria que aquela felicidade se estendesse para sempre. Por mais contraditório que pareça...ao som da voz inquebrantável e poderosíssima de George Michael!
Comentários
Um bom fim de semana e um abraco amigo d'Algodres.
Beijinhos Grandes Miga:)